Cada vez que o meu tambor bate surdo, meu totem silencia, a floresta falou e nenhuma palavra foi lida. Quando essa marca desaparecer na pedra, nenhum ser diferenciará a escuridão da alma.
O famoso julgamento final acontece todo dia: de um espírito para outro espírito, eu e meu Guardião mantemos os fios da vida. Os meus erros e acertos escrutinados pacientemente pelo Universo Perfeito. Se eu sou parte da existência é minha obrigação zelar pelo equilíbrio do planeta com a verdade sobre a ação que a minha palavra propõe, do contrário serei vítima do próprio vocábulo.
Desta feita peçam licença ao tocarem seus pés na terra, ela não tem dono, é um dos quatro elementos que faz parte da vida. Louvem a atmosfera que lhes abastece; ela não é propriedade humana, pertence ao planeta que o universo concebeu. Eis que vocês matam os filhos da criação. Onde sobreviverão?
A linguagem da floresta é uma só: ou vocês fazem parte dela em alma ou estão contra ela. Ninguém defende o que não conhece ou não acredita. São falsos os apelos dos que não dão a vida pela vida!
Com a força do meu animal do poder o meu bom combate é salvar o planeta da ignorância com respeito ao meio ambiente. O meu réquiem será de honra. E o seu?
O único calendário que não erra é o do universo: vocês cuidam, logo, vocês usufruem – um dia para cada verdade. Se nós recebemos um planeta farto e belo, ao destruí-lo nós matamos quem nos criou, ou seja, nós mesmos. Não há divindade que sobreviva à ignorância. O mal da humanidade é a automutilação.
Haverá um dia, não tarda, os seres humanos não mais se lembrarão das borboletas. Quando seus jardins forem áridos, o céu nublado, o alimento do corpo escasso, a água potável finita, talvez eles reflitam, por um breve momento em função da frágil qualidade de vida, o quanto abdicaram em razão da ganância. Existem ações humanas que não retrocedem o tempo em restaurações.
Não há erro algum com as urnas de votação. A humanidade está mesmo perdida, conflitada em seus valores. É mais fácil reclamar do que enfrentar a verdade todos os dias e aplicar responsabilidades sem vantagens. Que fique o inferno para os “inteligentes com coração”!
A cura holística não é o instrumento de uma direção, mas de várias simultaneamente: o curador, o curado, a espiritualidade de ambos e os ambientes tanto do processo quanto de convivência. Tudo na vida é uma Teia.
Colorir a vida é fundamental: é o transbordamento da compreensão que ela refletiu na alma. A ação das cores sobre seres vivos e espaços de convivência une os fios fisiológicos que a Natureza propõe.
Não é a boca calada que estabelece o silêncio de acesso a Deus, mas o coração que não tem boca. É no ritmo do coração compassivo que a divindade responde.
O pior câncer da humanidade é a desfaçatez. Através dela o indivíduo mascara sua ação nociva se misturando aos bons. É no espelho todas as manhãs, desprevenido da personagem diária que a imagem projetada revela a verdadeira face. Eis o castigo: ser algoz de si mesmo.
As borboletas beijoqueiras sempre espreitam minha pele nessas manhãs de verão. Se o sol brilha forte e me acorda, as flores arrebatam-me com um aroma inebriante. As folhas esmeraldas reluzindo para os pássaros também dançam para mim e, a lua preguiçosa ainda se deixa descansar no céu azul tão suave quanto à brisa.
Impressionante como o universo flui as respostas quando abrimos o coração. Qualquer que seja a situação. A coragem e determinação em encontrar respostas. Não é fácil, mas é precioso. Eis que voar como águia flui feito brisa, ver o mundo de forma diferente e enfrentar o que esteja pela frente. Um bom combate que honra os próprios ancestrais. Ahow.